Porto de Sines

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sábado, 30 de outubro de 2010

Os 11 hotéis mais estranhos e originais do mundo

1. Hotel flutuante, Suécia
Neste hotel os hóspedes podem trabalhar e conviver de uma forma muito interessante, desfrutar de comida e bebida, e dormir ao som das ondas.



2. Sand Hotel, Inglaterra
O primeiro hotel do mundo de areia na praia de Weymouth, em Dorset.



3. Hoteis de selva, México
Quartos de hotel com um cofre escondido na selva, está localizado perto da aldeia de Jelapa, México.



4. Ice Hotel no Canadá. Apenas hotel de gelo e neve.



5. Capsule Hotel, no Japão
Moderno hotel onde o quarto está limitado ao tamanho de um bloco plástico com tempo suficiente para dormir.



6. Hoteis no bunker para sobrevivência, Holanda
Este hotel está num bunker ancorado num canal em Amsterdão.



7. Hoteis na caverna, Turquia
Oferece uma atmosfera fantástica e absolutamente exótica.



8. Air Hotel, Suécia
Agora pode-se passar a noite dormindo e a voar.



9. Hotel em madeira, Índia
Refúgio na selva que oferece uma experiência de vida maravilhosa.



10. Hoteis em prisão, na Alemanha
A antiga prisão transformada num hotel que fornece aos seus hóspedes a experiência da prisão, mas que se pode fugir quando quiser.



11. Underwater Hotel, Fiji
O primeiro hotel subaquático do mundo está localizado numa ilha particular em Fiji. Este hotel oferece uma aventura com acomodações de luxo.


Fonte: Internet

sábado, 23 de outubro de 2010

Novidade no Aeroporto de Paris

É MELHOR QUE DORMIR NUMA CADEIRA

Mas que boa novidade!!!!

Vai haver muita gente a DEIXAR DE PAGAR HOTEIS, quando viajar para PARIS...

Depois dos quartos de banho químicos, os franceses aparecem com esta...

Chegou a Sleepbox no Aeroporto Charles de Gaulle em Paris


Como o nome indica, trata-se de uma caixa de 2m x1,40m x2,30m para ter momentos de sono tranquilo e descanso numa cidade, sem perda de tempo à procura de hotel. Idealizada para estações de trem, aeroportos, locais públicos, e outros locais onde haja aglomerações de gente exausta.

Qualquer pessoa pode passar a noite em segurança e de forma barata, em emergência, num espaço que tem cama e está equipado com sistema de mudança automática de lençóis, ventilação, alerta sonoro, televisão LCD incorporada, WiFi, plataforma para um computador portátil e fones recarregáveis. Há um espaço para as malas. O pagamento é feito em terminais, que dão ao cliente a chave (eletrônica) desde 15 minutos até várias horas.






Fonte Internet

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Instrução Primária de "outrora"

Continuo a contar histórias da minha infância em Vilarinho da Castanheira. Recordo com nostalgia o tempo em que fiz a Instrução Primária.
As matrículas eram no início de Outubro. As aulas começavam após o "5 de Outubro", data comemorativa da implantação da República em Portugal. 
Rapazes e raparigas tinham aulas em escolas separadas e distantes.
A professora "de sempre" das raparigas foi a D. Inês, que fazia do professorado um verdadeiro  sacerdócio; tanto que quando se reformou, a pedido do bispo de Bragança , aceitou ser fundaddora de um convento de monjas [creio que em Sendim], onde ficou até ao fim dos seus dias.
Íamos todos a pé de sacola às costas para a escola. Alguns descalços, outros mais remediados, calçados com socos ou botas cardadas, manufacturados por medida pelos soqueiros e sapateiros da terra. Tirar as medidas para o calçado era de per si um ritual motivo de grande satisfação e expectativa.
O soqueiro Jingeira tinha um filho – o Clotário – com sete dedos no pé direito, um fenómeno local e não só.

A Escola ficava numa posição sobranceira ao adro da Igreja. Era muito antiga e exígua, com uma sala para as quatro classes [cerca de 50 alunos] dirigidas por um só professor.
Uma lareira escavada na parede, resguardada por uma porta em chapa de ferro, com lenha a arder no interior,  aquecia a sala amenizando o frio cortante no Inverno.  Chovia lá dentro.  Alguidares e baldes eram o recurso para aparar a água da chuva. 
À esquerda da lareira ficava secretária do[a] professor[a]. Do outro lado pontuavam o famigerado quadro preto, giz e apagador, complementados nas carteiras dos alunos pela lousa e o lápis de pedra, assim como o caderno para  cópias e ditados.
Os alunos das 1ª e 2ª classes acomodavam-se em  pesadas mesas  com banco corrido para 4. Os das 3ª e 4ª classes em carteiras de 2 lugares. Cada aluno tinha na carteira à sua frente um tinteiro  para molhar a pena na  escrita de cópias e ditados.
Em frente ao alto na parede permaneciam: os retratos de Salazar e Carmona. com um Crucifixo de permeio.
O Estado Novo foi o regime autoritário que mais durou em Portugal. Salazar, seu arquitecto e protagonista, marcou o País de forma total. Nós, os garotos, parodiávamos com o nome dizendo que Sal (dá) azar.
Sanitários não existiam. Um aluno quando estava atrapalhado pedia do lugar ao professor: "sô pessô dá cença de ir lá fora?!"  O professor perguntava: "fazer o quê?!" O aluno respondia: "fazer o que é preciso". Então o professor autorizava e "o que era preciso" era feito de imediato – alguns tinham as calças rachadas no "sim senhor" para facilitar a tarefa – na loja por baixo da escola, no quintal  vizinho ou  no "canêlho" mais próximo.
Era o tempo dos livros únicos. Livros escolares celebravam Deus, Pátria e Família, Salazar e a Mocidade Portuguesa nas suas capas e conteúdos. A orientação do ensino era pela moral cristã. A hierarquia começava em casa com o pai como "chefe de família". Nos manuais incluiam-se "frases obrigatórias" retiradas dos discursos de Salazar.
Aos Sábados, saíamos da escola em formação marchando e entoando cânticos patrióticos até ao adro da igreja, onde nos divertíamos com jogos tradicionais: o tiro liro, o eixo,  a bola, etc.
Fora das aulas a brincadeira estendia-se aos jogos: do pino, da burra, da bilharda e à... pedrada que por vezes terminava com uma cabeça rachada e cada um a fugir para seu lado.

Foram três os professores: na primeira e terceira classes, o professor Miranda, na segunda, a professora Cândida Ochoa e na quarta, a professora Albertina. Todos transmitiram bons ensinamentos e deixaram-me boas recordações. Muitos dos conhecimentos que adquiri na instrução primária ainda hoje perduram.

O professor Miranda era o mais rigoroso. Era muito sério, não era para brincadeiras.
Eram tempos de palmatória, alguns alunos foram vítimas dos seus castigos corporais. Recordo o castigo aplicado ao João da Angélica, meu vizinho e amigo – uma série de palmatoadas no rabo, que ficou roxo e negro.
Quando cheguei a casa, contei logo à minha mãe que, na primeira oportunidade, lhe chamou a atenção: "Professor isso não se faz! Não pode castigar dessa maneira!"
Resposta do professor: "Reconheço que exagerei, mas enervei-me!"
O pobre do João é que "ficou com elas", "ninguém lhas tirou".
A professora Ochoa era mais ponderada, raramente castigava os alunos. Usava outros métodos. A tabuada, essa matemática para definir uma operação de multiplicação  e tirar as provas dos nove e real, estava na ponta da língua.
Dizia, por exemplo, que tinha em casa um "bicho-de-sete-cabeças", destinado ao melhor aluno da escola naquele ano. Consegui sê-lo, só que nunca consegui ver tal bicho.
A professora Albertina dava-nos mais liberdade de estudar. Um mês antes do exame da quarta classe, logo ao nascer do sol, íamos buscar a chave da escola, que ela deixava debaixo da porta de casa, para recapitularmos os rios, as serras e os caminhos de ferro nos mapas de Portugal e das Colónias.
Incentivava as "sabatinas" entre os alunos da 4ª classe. Fazíamos perguntas uns aos outros sobre a matéria dada para ver quem se saía melhor.
Para  o exame da 4ªclasse, deslocàmo-nos [de burro ou de cavalo]  14 Km até Carrazeda de Ansiães onde prestamos provas. Felizmente ficamos todos [dez alunos] aprovados, tendo no regresso e à chegada à aldeia manifestado verdadeira efusão de alegria e contentamento.
Numa altura em que o país oferecia aos alunos pouco mais que a instrução primária, apenas os filhos de meia dúzia de pessoas com algumas posses tinham possibilidade de continuar a estudar. 
Alguns, como recurso, emigraram mais tarde para o Brasil, EUA, Canadá, Venezuela ou para outros países, com as suas famílias procurar melhores condições de vida.
Os restantes  aprendiam uma "arte" [sapateiro, pedreiro, carpinteiro, alfaiate, etc.] ou mantinham-se na terra cultivando os campos.

domingo, 10 de outubro de 2010

As vindimas de "antanho"


Guardo memórias preciosas da minha infância e adolescência em Vilarinho da Castanheira, no recôndito Nordeste Transmontano, que quero partilhar convosco.

Em Setembro e Outubro as uvas estavam bem maduras para comer. Apresentavam-se em várias espécies, brancas ou tintas.
Embora grande parte das uvas se destinassem à produção de vinho, havia uma grande tradição de colheita de uvas para conserva.

O feitor, o circunspecto, honesto e leal Sr. António Lereno - homem alto,  seco de carnes e de andar baloiçante. hábito que porvinha de caminhar  nas calçadas - rogava as mulheres e os homens para a vindima.
Tinha dois filhos um pouco mais novos que eu, a Gentil e o Artur que, aliados à mãe, eram motivo dos seus desabafos, dado que na hora das refeições, em que todos comiam ao mesmo tempo do enorme prato comum, "suava para os acompanhar". Quem mais depressa se despachasse melhor alimentado ficava.



As vindimas estavam na sua máxima força no mês de Setembro. O pessoal não parava, em plena vindima, sempre a cortar uvas, durante cerca de três semanas. Recordo a lida do campo de outros tempos. Da enxertia, passando pela poda, cava, sulfatação e vindima.


Acompanhava a vindima nas vinhas de S. Bartolomeu, Olgas, Fraga dos Pais e Fontaínhas. Era a minha derradeira actividade no fim das "férias grandes", antes rumar para o colégio Almeida Garrett, onde estudava como aluno interno.

Mãos ágeis das mulheres, que falavam alto e animavam com os seus cantares a vindima, cortavam as uvas que lançavam para as cestas de uma asa. Cheias de uvas as cestas eram despejadas em canastras e transportadas  pelas  bestas de carga para os lagares.


Acompanhava a pisa das lagaradas de uvas feita, pelos homens descalços de ceroulas arregaçadas e pernas “tintadas”, no lagar de pedra. Primeiro os homens cortavam o lagar a compasso. Depois de cortado o lagar, então dispersavam-se a pisar o vinho em "liberdade".


O transporte do vinho mosto para a adega era feito por mulheres com um cântaro à cabeça apoiado numa rodilha [a "sogra" ] ou por bestas com engarelas para quatro cântaros,  para armazenagem do vinho tinto e rubro em pipas e toneis, sendo prèviamente registados a giz  por mim, em grupos até cinco, num aro da respectiva vasilha.

A produção da águardente bagaceira, feita a partir do bagaço de uva fermentado, no alambique, tinha lugar na alquitarra.
O momento culminante era o da prova, quando os homens de copo na mão aguardavam com expectativa os primeiros pingos de aguardente cristalina.

Havia ainda a jeropiga (bebida feita de mosto, aguardente e açúcar) - bebida preferida pelas mulheres de então -  com que o meu pai as brindava -  na altura da degranha do milho.

Em Vilarinho as vindimas não paravam durante semanas.

Fotos Google

sábado, 2 de outubro de 2010

Maria Pita [Uma mulher de armas]

Na minha recente visita à Galiza, região dum meu trisavô que emigrou em finais do século XIX para o Brasil, tive a oportunidade de revisitar a Corunha [na forma oficial galega A Coruña].
É uma cidade fresca e alegre, virada para o Atlântico, considerada o motor da Galiza.
Os edifícios da zona ribeirinha possuem um encanto especial.


No centro da Corunha fica a Praça Maria Pita, erguida em 1860. É a mais importante da Corunha. É aí que se encontra o magnífico edifício da Câmara Municipal.


A praça de forma quadrada, toda circundada por arcadas, é o principal ponto de encontro entre cidadãos e visitantes.


É lá que está o monumento em memória  de Maria Pita, uma heroína da defesa da Corunha em 1589.


As tropas inglesas da Armada comandadas pelo pirata Francis Drake cercaram a Corunha, abriram uma brecha na muralha e começaram o assalto à cidade velha, dirigido por um alferes com a bandeira da resistência na mão que conseguiu subir à parte mais alta da muralha. Maria Pita com a arma do seu defunto marido [foi casada três vezes] matou o inglês que transportava a bandeira, transmitindo assim força aos seus compatriotas e conseguindo parar o assalto.


A chama da LIBERDADE, sempre acesa dia e noite, mantem viva a memória da heroína galega - uma mulher de armas.