Porto de Sines

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

XACOBEO 2010

Ano Xacobeo, ano em que o 25 de Julho [dia da descoberta dos restos mortais de São Tiago] calha num Domingo. Isto sucede com uma cadência regular de 6-5-6-11 anos de maneira que em cada século se celebram 14 anos Xacobeo.

Santiago de Compostela é um dos mais importantes locais de culto do Mundo e actualmente Património da Humanidade.
Este ano estimam-se em 10 milhôes os peregrinos que visitarão Santiago.

São Tiago era um apóstolo, um seguidor, um amigo de Jesus Cristo. Veio  pregar as "boas novas" no Ocidente e na Galiza. Ao retornar à Palestina foi preso e decapitado no ano 44 D C.
A história conta que os seus restos mortais foram trazidos num navio para o Ocidente por dois dos seus seguidores, Teodoro e Anastácio.
Oito séculos depois  um ermitâo, de nome Pelágio, teve uma visão de uma chuva de estrêlas, que levou à descoberta do seu túmulo e os dos seus dois seguidores.


Visitei Santiago de Compostela em 1965 e 1972 aquando das minhas 1ª e 2ª licenças graciosas. Posteriormente em 1995 e a partir do ano 2000 todos os lustros - 6 vezes ao todo. Sempre senti tratar-se de uma cidade especial.


"Chuva e tormentas", foi o prognóstico metereológico para a caminhada do dia seguinte, que aguardávamos com certa expectativa. Previsão que desmobilizou parte dos "potenciais peregrinos", principalmente homens. As mulheres foram mais determinadas, poucas desistiram.

Peregrinar é um acto de Fé. É um caminho e como tal pressupõe um itinerário, mas não se esgotam nele, tem que se lhe associar uma intenção e um objectivo.


Estava uma manhã de céu cinzento, a prometer mais chuva que outra coisa [sol?..nem vê-lo].
A nossa caminhada prosseguia em ritmo apressado, o que não impedia que os peregrinos passassem por nós no seu passo cadenciado, apoiados na sua bengala e com a imprescindível mochila às costas.


[Um espigueiro(?) construido em 1893]


Tratou-se da reconstituição dum trecho da última etapa dos peregrinos até Compostela, pelo caminho original até ao Monte do Gozo [pouco mais de 7 Km, em cerca de 1h30].  Acabaram-se as tréguas e a chuva começou a cair com intensidade crescente.


[Capela de Santa Marta no Monte do Gozo]



À chegada ao ao Monte do Gozo os peregrinos perscrutam o horizonte à procura de avistar, pela primeira vez, Santiago e as torres da Catedral.

Conta a tradição que,  no Cabo Finisterra, os peregrinos queimavam as roupas e banhavam-se no Atlântico para nova descoberta pessoal, para uma nova vida, um novo caminho.


A entrada na Catedral, de estilo românico, onde se encontra o túmulo de São Tiago, é o objectivo final de quem percorre os "Caminhos de Santiago".

O mais importante é o Caminho Francês, com cerca de 900 Km, que os peregrinos percorrem em cerca de 20/25 dias, caminhando cerca de 9 horas por dia.


A Porta Santa  [ encimada pelas estátuas de São Tiago, ladeado pelos seus dois seguidores Teodoro e Anastácio]  está sempre fechada, excepto nos Anos Santos [sòmente abre no dia 31 de Dezembro] e nos  Anos Xacobeos [está aberta todos os dias].
A fila era longa e sinuosa, todos aguardavam a sua oportunidade para fazer o deambulatório [entrar, passar por detrás do Santo, abraçá-lo nas costas e passar pelo túmulo que contem as suas relíquias].


O Botafumeiro, famoso turíbulo, maior incensário do mundo, é puxado por oito tiraboleiros, vestidos de vermelho, que puxando as cordas o põem em movimento [á esquerda na imagem].

Antigamente o incenso do botafumeiro servia para disfarçar o mau cheiro dos peregrinos que pernoitavam dentro da Catedral.


[Partida para o regresso de malas aviadas]

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Adeus Verão. Olá Amigos!!






Antes de mais, quero cumprimentá-los e saudá-los, dando-lhes conta da retoma de actividade do Azimute.

UM... ATÉ BREVE!!... não o foi na verdadeira acepção da palavra, mas acabou por sê-lo [pelo menos para mim] uma vez que o tempo passou "num abrir e fechar de olhos".

O silêncio que alcancei nas minhas evasões para o Barrocal Algarvio [entre o Litoral e a Serra], onde mora a tranquiliade, fez-me sentir melhor. Ali tenho liberdade e não há limitações nenhumas. É puro descanso com a natureza por companheira. O silêncio possibilita-nos reparar nas coisas mais simples e valorizar o que é belo. Ouvir os sons da natureza.

Quem não se lembra do som característico das cigarras nos dias quentes de Verão? O seu canto é não só uma das armas de sedução dos machos para atrair as fêmeas, mas também para alertar para a presença de predadores.
Das borboletas [flores que voam], que quando alguém as quer caçar não fogem seduzem. São tão vaidosas que chegam a irritar.
Os gafanhotos herbívoros, por vezes de comportamento canibal, quando há a escassez de alimento e devoram-se uns aos outros.
As sardaniscas a aquecerem-se ao sol, ao início da manhã para ganharem mais mobilidade.
Os pardais buliçosos, quais galinhas, espojando-se na terra.

O Barrocal é interessante tem muito para se ver, pena é que seja a região mais pobre do Algarve.



Muitas alfarrobeiras, amendoeiras, tristes, silenciosas e abandonadas com o chão pejado dos seus frutos sem que alguém se disponha a apanhá-los e colhê-los? O mesmo vai já acontecendo com as laranjeiras. Os tempos mudaram, o custo da mão de obra não compensa. Havendo quem dê as alfarrobas e as amêndoas só pela limpeza do terreno. É mesmo assim!...

Aproveitei o tempo para recarregar baterias através das minhas caminhadas matinais e respirando ar puro, revisitando o litoral, a serra e... passeando um pouco.
Tudo isso procurarei partilhar convosco, na medida do possível.

UM ABRAÇO E... BOA SEMANA!!
Jorge