Porto de Sines

Porto de Sines

segunda-feira, 26 de março de 2012

Lenda de SÃO TORPES

No ano 67 desta nossa Era Cristã, em dia e mês não apurados, Torpes, que era oficial da casa do imperador Nero, foi decapitado em Pisa e o seu corpo lançado ao mar. Cometera o crime de se ter manifestado como adepto do cristianismo.

E a 17 de Maio desse mesmo ano, junto à desembocadura da Ribeira da Junqueira foi encontrada uma cabeça. A cabeça de S. Torpes, tendo a velá-la um cão e um galo. 


Celerina, casada com Lúcio Venôncio, mulher que seria mais tarde santificada, sabedora do aparecimento, viajou imediatamente de Évora, onde vivia, para Sines, a fim de providenciar condigna sepultura ao achado. Para o efeito, no local foi erguido um templo cristão de majestosas dimensões, dizem que o primeiro no género na Europa. Porém seria arrasado em 711, o que significa ter-se aguentado mais de meio milhar de anos.


Entretanto o corpo sem a cabeça de S. Torpes foi dar à costa francesa da Provença, numa praia que mais tarde se chamaria Saint-Tropez. Agora o que é curioso na parte mais real desta lenda é que a actual praia de S. Torpes praticamente confina com uma herdade que se chama da Provença.



[Ponte da Ribeira da Junqueira e o marco implantado no local onde foram encontrados os restos mortais de S. Torpes]. 

Fonte: Excerto de "Lendas de Portugal".



sábado, 17 de março de 2012

O CAMPANÁRIO a CRUZ e o GALO

O Campanário [do Castelhano Campana] é uma construção para proteger e abrigar os sinos.

A Cruz é o símbolo do cristão - ergue-se em todas as nações do mundo.

O Galo cantou 3 vezes anunciando o cumprimento da profecia de Jesus ao ser negada por S. Pedro quando lhe faltava a Fé e o entendimento.
 
[cajoco]




segunda-feira, 12 de março de 2012

O PASTOR

Portugal sofre com a desertificação. As aldeias estão desertas e abandonadas, os rebanhos estão a acabar, o gado já não vai para as serras. É necessário reabilitar-se o mundo rural.

Retomo uma breve viagem à minha adolescência e à vida quotidiana rural do pastor no século passado em Trás-os-Montes.

O gado era guardado por um pastor de Sol a Sol. Botava as ovelhas ao monte em terrenos onde crescia erva apetitosa para que dezenas de ovelhas lhe deitassem o dente. De manhã até à noite sempre ao pé delas e elas sempre atrás dele. Andavam-se assim quilómetros e quilómetros montes abaixo, montes acima. É serviço que nunca está feito, nem de Verão nem de Inverno. Não há pastores gordos. Os pastores gostam da liberdade.

O pastor conhecia todas as suas ovelhas pelos nomes: Zézita, Rouxinol, etc. E fala com elas: "Vais com pressa! Vais! Vais!... E lesto atirava-lhe uma pedrada certeira que caia mesmo à frente da ovelha obrigando-a a arrepiar caminho.


Muitas vezes não sabia muito bem quais os proprietários dos terrenos baldios, mas lá se arranjava.

 

Com bom tempo, o gado dormia ao relento, num bardo de cancelas. Com esta última arrumação do gado, o pastor ficava mais descansado.


Durante a noite dormia ao lado numa simples cabana.


Os cães com coleiras de lata com pregos que lhes protegiam o cachaço dos ataques frequentes dos lobos, completavam a guarda.


O pastor não dispensava a sua flauta, o instrumento mais antigo do mundo,
feita de cana brava ou de sabugueiro com um furo de sopro e seis perfurações, feitas a fogo, para os dedos.


Os pastores consciencializaram-se de que os lobos são medrosos e enfrentam a situação. O lobo uiva para demarcar o território, mas é cobarde. Ataca os animais mas não os homens. Há apenas que ter capacidade para lhes fazer frente.


Bastava o pastor gritar: «Agarra que é lobo desgraçado e malvado!». Os cães começavam a ladrar e os lobos fugiam. As ovelhas não estavam sozinhas. O pastor assobiava e as ovelhas vinham atrás dele. O céu era testemunha.


O bardo era mudado com frequência, para o gado estrumar bem toda a terra.


O gado era dado de meias pelo propritário ao pastor. Metade da produção para cada um.


O pastor  desdobrava-se e dava conta de dezenas de ovelhas que ordenhava à mão, beneficiando do leite dia sim, dia não.


Um cântaro de leite dava para fazer três queijos e ainda requeijões, aproveitando-se também a parte aquosa, o soro.


Os queijos eram feitos numa froncela, para o máximo de dois.


O leite depois de coalhado era espremido nos aros perfurados, escorrendo o soro da froncela para uma bacia. Os queijos eram postos a secar nos aros, em tábuas penduradas no tecto. Depois de secos, tiravam-se os aros e envolviam-se com uma gaze para não esboroarem. Mais tarde eram corados, mergulhando-os numa vasilha com colorau e azeite.


Os requeijões eram feitos do soro numa caldeira pendurada num gancho na lareira, sobre lenha a arder que não deitasse fumo, até quase ferver. Iam-se apurando com uma escumadeira para as requeijeiras.


Havia também a lã das ovelhas e dos carneiros, da tosquia feita pelos tosquiadores, normalmente em Maio, caso contrário no Verão não aguentariam o calor.

A lã era cardada em velos, de que eram feitos os célebres cobertores de papa.

Os borregos  eram também vendidos de meias.

[cajoco]


Fotos: Google






sábado, 3 de março de 2012

Polo Museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte

Alte é uma fonte inesgotável de inspiração. Assumida em toda  a sua plenitude por Cândido Guerreiro.

Este espaço museológico, como o nome indica, contem os espólios da Vida e Obra do poeta Cândido Guerreiro,   dos Condes de Alte e da Casa do Povo de Alte.
As fotos no interior são interditas, pelo que só foi possível tirá-las no e do exterior.


Logo à entrada temos um busto de Cândido Guerreiro, personalidade multifacetada: Advogado, dramaturgo e poeta . Foi o primeiro altense a formar-se.

Retratamos num painel exterior do polo este maravilhoso soneto,  em que o poeta manifesta  o  apego pelas suas raízes, fazendo delas  ao mesmo tempo a sua fonte de inspiração.
A sua escrita destaca-se pelo apuro irrepreensível dos seus sonetos.



[O soneto acima referido, figura também no painel de azulejos constante no monumento erigido em honra do poeta no seu "Memorial na Fonte Pequena"].  

Em Alte, existe  também uma escola, com o seu nome, designada por "Escola Profissional Cândido Guerreiro".

Alte, sua terra natal, foi a aldeia musa da sua vida.

Fonte: Google         Fotos: cajoco