África só sente quem lá esteve. O contacto com aquela gente humilde que ali vive, que quase nada tem para comer, naquela miséria envolvente, era contrastante naquela imensidão de terra que era [e é] aquele continente.
Assim, proporciono-vos uma viagem fotográfica, a preto e branco, com fotos antigas [anos 60] em Moçambique, de Sul para Norte - à memória de outros tempos - Dando conta da minha actividade profissional, procurando estabelecer uma cronologia dos acontecimentos.
Na Casa de Ferro [Monumento Histórico] situado no jardim exterior da Direcção dos Serviços Geográficos e Cadastrais de Moçambique, em Lourenço Marques, com os colegas Silva Carvalho e Pimentel.
Por entre o caniço a sul do rio Save - na zona da Manhiça.
Fazendo medições de uma base com telurómetro, no foral da Manhiça, instalando-se uma estação de telurómetro em cada um dos extremos da base.
Visita do Administrador do Concelho da Manhiça ao acampamento - um acto solene propício para uma foto.
Com o meu staff [Armando, Manuel e Fabião], então já no Gabinete de Estudos de Hidráulica da Direcção de Obras Públicas de Moçambique.
Um momento de pausa, com o hidrometrista Garcia e o auxiliar Sebastião, para uma pose no Ile, em plena Zambézia.
Idem, de Land Rover, na Zambézia, comendo uma bucha, já no mato e em plena picada. Às vezes as viaturas ficavam atascadas no matope [lama barrenta], demorávamos horas a tirá-las de lá.
O rádio e a ponto 30, sempre à mão, eram companhia indispensável.
Medições num perfil do rio Licungo [Zambézia], com o secretário Domingos e o guarda-costas Macubana.
Travessia no rio Lugela, na Zambézia, próximo da zona das plantações de chá [Chá Tacuane,Chá Lugela e Chá Madal].
Um batuque no terreiro do acampamento, junto a uma povoação, tamborilando e timbilando [Calrão, Aniceto, Severo de Almeida, Jorge e Silva... divertido].
Com o hidrometrista Aniceto, tocando timbilas [marimbas] perante o gáudio de quatro admiradores [Zangaroti, Silva, Chá Leva e Repolho].
O hidrometrista Aniceto, numa medição do caudal num perfil no rio Licungo, o barco virou e ele ficou afogado com o barco por cima. Que a sua alma descanse em paz, bem como a de outros que por lá ficaram.
Há coisas que nunca se apagam na nossa memória.
cajoco
32 comentários:
Olá! gostei muito de ter conhecido seu blog passeando por ele vi algumas postagens antigas, a gente acaba conhecendo histórias, locais novos muito bom; informação e cultura ao alcance de quem quizer.
Abraços
A Casa Madeira,
Bem-vindo ao Azimute! Grato pela sua amável opinião.
Histórias da vida real, principalmente; histórias que, por vezes, nos tornam mais reflexivos e menos emocionais.
A África viverá sempre dentro de nós que por lá passamos uns anos de dor e de revolta.
A situação em África continua a ser de miséria para a maioria. Apenas alguns tiveram sorte e vivem bem. Politica.
Esta reportagem fotográfica é um documento do que se viu e viveu por lá na década de 60/70.
devem ser lembranças para todo o sempre
bjs
Luis Coelho,
Passados são quase 40 anos da independência de Moçambique, verifica-se que o salário mínimo é de 3000 meticais [cerca de 70 euros] e só com o quádruplo do rendimento se consegue um nível de vida minimamente digno.
Luna,
Isso mesmo, são lembranças para reter "ad aeternum"
Nossa história de vida merece registros,Jorge
E ter estado na África já é um motivo maior para recordações de um tempo memorial,
Gostei de te ver, desempenhando suas funções,
doces lembranças Jorge
boa semana,com abraços
Lis,
São recordações e marcas [que marcam] para avida.
Olá, Jorge!
Longa volta pelo passado, esta;bem vivido, de vida agitada, numa terra tão vasta e rica em contrastes.Que de rotineira e repetitiva certamente nada tinha.E que por isso sempre ficará na memória.
Bela reportagem, que o preto e branco tornam ainda mais real.
Um abraço amigo e boa semana.
Vitor
Meu Deus...ADOREI...ADOREI...
Primeiro, gosto muito das fotos a preto e branco...acho que têm magia...
Depois...bem depois...tantos sítios conhecidos. A Zambézia não tinha segredos para mim...a começar logo ali, no Ile... À memória vieram-me nomes como o "Repolho"..tivemos um mufanita com esse nome. Fabião, nome que eles adoravam, não sei se era por causa da casa Fabião na capital...
Veio assim, uma mão cheia de recordações...e faz tão bem recordar, sinal de que tivemos um passado cozinhado com muito sol, muito verde e...muito calor ( em todos os aspectos)
Obrigada Jorge e um abraço grande
Graça
Olá amigo Jorge que bom é ter recordações, bem mais triste é de quem as não tem ou os que nunca as chegaram a ter.
Já sentia falta de vir aqui mas nem sempre a saúde nos permite, o mal é quando aparece a primeira depois vem tudo de seguida.
Gostei de o ler mas também sentir por aqueles que por lá ficaram, amigo tenha uma linda semana com beijinhos de luz e muita paz.
eu não conheço África, não posso opinar.
estive a fazer uma ronda sobre as suas fotos.
recordações que ficaram, e por vezes essas recordações trazem sempre algo de bom.
uma boa semana.
beijos
:)
Vitor Amigo,
Um regresso ao passado em África que me dá prazer contar; é como uma necessidade, compensada pelo prazer que tenho ao ler a originalidade dos seus comentários.
Graça Amiga,
Regozijo-me e rejubilo com a tua presença no Azimute, que agora rumou a Moçambique revivendo memórias e afectos, outras culturas, outras etnias, paisagens, fauna e flora diferentes, memórias que são um património comum e nos dão uma visão diferente das coisas e do mundo.
O meu abraço,
Jorge
Cuándo pasan los años,y volvemos a ver
fotos echas hace tiempo,y nos miramos asi mismo,comprendemos que todo és história
Nina Filipe,
É um prazer revê-la no Azimute.
A memória de vez em quando transporta-nos aos momentos mais felizes guardados em qualquer gaveta do passado.
Espero que a sua saúde já esteja melhor.
Um abraço amigo,
Jorge
Piedade Sol,
Recordar é viver...
Obrigado pela visita.
Juan Fuentes,
É isso mesmo. As minhas memórias ainda vagueiam por Moçambique.
Gostei muito desta reportagem que me levou a conhecer o continente um pouco mais.
OI JORGE!
MUITO BOM!
TEU POST ALÉM DE EDUCATIVO, ILUSTRADO POR TUAS FOTOS O QUE O TORNOU TAMBÉM MUITO INTERESSANTE.
GOSTEI MUITO, POIS TENS AI, DOCUMENTADA UM BOM POUCO DA HISTÓRIA DA ÁFRICA E EM TEU CORAÇÃO MUITO DESTA VIVÊNCIA QUE ALI TIVESTE.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Catarina,
O conhecimento liberta. Moçambique é um arco-íris de culturas e tradições.
Zilani Célia,
Tens razão! O essencial só se vê bem com o coração.
São memórias que resistem e continuam a viver em nós e a inspirar-nos.
Wonderful series of photos!
Gostei muito de ver as fotos e ler
o texto. O meu marido também foi
militar em Moçambique(rádio-telegrafista) e esteve na zona de
Tete.
Eu nunca fui a África mas gostava
de ter sentido essa magia de que
tanto falam.
Bj.
Irene Alves
Linda,
Bem-vinda ao Azimute! Obrigado pela sua opinião.
Irene Alves,
Existe e continua a existir uma ligação que deixamos nas colónias e a língua portuguesa é a base de tudo isto. O seu marido deve sentir isso mesmo. Obrigado!
~
~ Também tenho África no coração.
~ Em 1960, tinha 14 anos e andava no excelente liceu de Nova Lisboa, no Huambo.
~ Desejo-lhe um ecelente Dia do Pai.
Boa noite, Majo,
A nossa vida está cheia de estranhos sons e imagens de África. Sensações até daquele calor húmido que nunca nos abandonava mesmo à noite.
Um abraço para si.
J
~
~ Ontem, fui forçada a intervir num blougue que nunca tido
comentado, para nos defender.
~ Deu-me uma coisa tão forte, que tive que "espirrar"...
~ Em ""POLITEIA Blogger"".
~ Abraço. ~
Majo,
Foi um espirro sadio, que remeteu o rato para o esgoto donde nunca devia ter saído.
~ Jorge.
~ A palma da minha direita estala sobre a sua homóloga.
~ África é linda!
~ Saudades?
~ Muitas!
Majo,
Tchim! Tchim!
Em África a paisagem tem mais encanto, a lua é maior. As queimadas ao entardecer iluminam o horizonte.
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