No ano 67 desta nossa Era Cristã, em dia e mês não apurados, Torpes, que era oficial da casa do imperador Nero, foi decapitado em Pisa e o seu corpo lançado ao mar. Cometera o crime de se ter manifestado como adepto do cristianismo.
E a 17 de Maio desse mesmo ano, junto à desembocadura da Ribeira da Junqueira foi encontrada uma cabeça. A cabeça de S. Torpes, tendo a velá-la um cão e um galo.
Celerina, casada com Lúcio Venôncio, mulher que seria mais tarde santificada, sabedora do aparecimento, viajou imediatamente de Évora, onde vivia, para Sines, a fim de providenciar condigna sepultura ao achado. Para o efeito, no local foi erguido um templo cristão de majestosas dimensões, dizem que o primeiro no género na Europa. Porém seria arrasado em 711, o que significa ter-se aguentado mais de meio milhar de anos.
Entretanto o corpo sem a cabeça de S. Torpes foi dar à costa francesa da Provença, numa praia que mais tarde se chamaria Saint-Tropez. Agora o que é curioso na parte mais real desta lenda é que a actual praia de S. Torpes praticamente confina com uma herdade que se chama da Provença.
[Ponte da Ribeira da Junqueira e o marco implantado no local onde foram encontrados os restos mortais de S. Torpes].
Fonte: Excerto de "Lendas de Portugal".
13 comentários:
Olá, Jorge!
Belo relato sobre as curiosidades e coincidências em volta do lugar de São Torpes.Os "mitos" são sempre mais apelativos para a imaginação; e também mais interessantes e ricos que a própria história.
Boa semana. Abraço amigo.
Vitor
Obrigado Vitor pelo seu comentário. A sua presença e a sua sensibilidade são contributos eniquecedores deste blog.
Um abraço!!!
Jorge
Meu amigo nem imagina o bem que me fez vir aqui.
Vivi em Sines 11 anos e S.Torpes é a praia da minha vida, ali namorei, ali levei os meus filhos pequeninos.
desconhecia por completo esta lenda, obrigada, fiquei bem mais rica.
Acredite que estou emocionada.
beijinhos
Fê,
Agradeço-lhe o cmentário.
As lendas devem ser lidas, estimulam a nossa imaginação, fazem parte da nossa identidade cultural.
Tenha uma boa noite!
Não sabia: e te agradeço por partilhares connosco. Estive ausente por doença: agora estou bem melhor. O Senhor tem estado do meu lado me abençoando.
Para ti...Um beijo imenso e o desejo de um bom domingo
BS
Estimado amigo Jorge,
Conheço bem S.Torpes e a bela praia, já a lenda desconhecia. Se o lugar já era um ponto de paragem e referência nas minhas viagens para a Costa Vicentina, passou a ter um maior interesse que não se confina somente a um local tão agradável de desfrutar. Sempre aprendendo...
Bom domingo, kandandos
Inté!
Meu amigo desconhecia esta lenda, muito obrigado pela partilha e pelas fotos, sempre excelentes.
Bom domingo e uma semana maravilhosa.
Beijinhos
Maria
Conheço a região e também aí passei férias alguns anos. Desconhecia a lenda e o seu relato é muito bem construído...adorei.
Boa semana. bj
Caro amigo:
Gosto de todos os cantos da Itália. Não conhecia essa lenda, hoje enriqueci-me mais. Obrigado!
Abração.
Olá, Jorge!
Em "ronda pascal", para lhe desejar uma Feliz Páscoa e um Domingo bem passado.
Com um abraço amigo.
Vitor
Amigos/as,
Quero agradecer o vosso valioso contributo, comentando e argumentando [por vezes com certa admiração e emoção] sobre o teor da lenda de S. TORPES, santo que continuou no coração dos sinienses.
Um abraço a todos/as,
Jorge
obrigada por relatar esta lenda..que certamente vou contar no feriado dia 15.Conheço bem esta praia e já lá vão anos que nos reunimos para passar a manhã na praia e desfrutar de um almoço no pinhal proximo ,com todo prazer de um piquenique há moda antiga com a partilha de gostos e lembranças da nossa infancia,visto que se trata de irmãos , sobrinhos e primos com respectivos filhos ,vindo de lisboa algarve v.pontos do Alentejo .continue a partilhar e obrigada
Filomena,
Grato pela sua presença no Azimute, consubstanciada num agradável comentário.
Espero que seja o primeiro de muitos mais. Procurarei corresponder.
Um bom feriado para si.
J
Enviar um comentário