Cresci e formei-me como homem na
década de 60, mais concretamente em Moçambique, o tempo das grandes convulsões na Europa: a Primavera de Praga, o
Maio de 68 em Paris e, ainda mais directamente, os movimentos independentistas
em África, que originaram radicais mudanças.
É vulgar que pessoas que dão por nomes mais ou menos complicados terem de os repetir quando o interlocutor não os entende logo à primeira. Como se chama? «Carlos Jorge Puga…», «Carlos Jorge «Pulga»? Não, Carlos Jorge Puga… Portanto Pulga, mas sem «l». Hum, como assim?
Puga vem da parte do meu
trisavô materno, natural de Ourense, na Galiza, que emigrou em meados do século
XIX para o Brasil, mais concretamente para o Pará.
Assim, as pessoas acharam graça e
passei a ser tratado por Puga, em prejuízo de Cordeiro; se bem que
familiarmente fosse tratado por Jorge, e noutras áreas por Cordeiro.
Profissionalmente Puga pegou até aos nossos dias.
Modéstia à parte, o famoso cantor romântico Júlio Iglésias Puga, alguma vez questionado de Júlio Iglésias «Pulga»? Terá respondido: «Non, Júlio Iglésias Puga sien “l”».
Os meus colegas acharam graça e
passaram a tratar-me por Puga, embora eu nunca tivesse feito questão de ser
tratado assim.
cajoco